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artista plastica/escultora.poeta.facilitadora em vivências.arte& terapias integrativas.

4 de dezembro de 2008

Filoterapia - possibilitando a conquista de si mesmo

(PLATÃO E ARISTÓTELES)

por Odair J. Comin

A Filosofia vem permeando o conhecimento
e o desenvolvimento humano há milênios.
Desde os primeiros filósofos, elucubrações,
críticas, questionamentos, perguntas, novos
princípios e novos conteúdos vão sendo
instaurados por mentes e em mentes que
pensam sobre a vida humana.

Quais conceitos existem por trás das palavras
usadas na comunicação entre as pessoas?
De quais princípios cada um parte para
pensar e agir de determinada forma? Como
o ser humano age frente a seus conflitos?
Como se chega a determinadas conclusões?
Como o homem escolhe em que e em quem
acreditar? Como lhes são instauradas
determinadas crenças, percebidas ou não?
Como cada um absorve os conhecimentos?
Como o ser humano lida com suas angústias
cotidianas? Estas e outras são perguntas que
muitos buscam respostas. Perguntas que
fazem parte de discussões teóricas de diversas
linhas terapêuticas, e do conhecimento humano.
A questão, a saber, é se realmente existem
respostas, ou se a resposta que serve para um,
serve para o outro. Ou ainda, se as pessoas
estão preparadas para fazer essas perguntas,
ouvir as respostas, e o mais importante,
prontas para lidar com essas respostas.
Como saber qual é o momento certo?
Como saber se estão ou não preparadas?
Certamente não nascemos sabendo lidar
com tudo isso. Precisamos aprender. Precisamos
entrar em contato com conceitos, apreender
e incorporar novos conhecimentos, novas
experiências e novas aprendizagens.
E isso nos remete a pensar, que cada
um é responsável por suas aprendizagens.
E se você é responsável por suas aprendizagens,
é responsável pela sua mudança. E mudar
significa aprender algo diferente.
Desde o nascimento da razão negativa
postulada por Sócrates (470-399 a.C.),
que diz respeito ao conceito vazio que existe
por trás das palavras na comunicação humana,
a Filosofia vem tentando questionar e
embasar conceitos da comunicação.
“As experiências deveriam preceder
os conceitos” (Rousseau, 1712-1778).
Ou seja, não deveríamos educar através de provérbios.
Se dissermos a uma criança, “a mentira tem pernas curtas”,
antes dela saber as conseqüências de uma mentira,
este conceito não terá associações ou articulações
com suas experiências passadas. Algumas pessoas
podem levar anos até descobrir o verdadeiro significado.
A terapia aqui, é entendida como uma forma de
educar o Ser Humano, recria-lo, rever sua história
de forma diferente, construir um presente mais
lúcido e feliz, abrindo possibilidades para uma
continuação futura.
Crescemos ouvindo, aprendendo e falando muitas
palavras, sem saber o que elas significam,
sem perceber seus conteúdos (o saber de si) e
profundamente sobre eles. Muitas vezes as
pessoas discutem sobre a mesma coisa,
mas não chegam a um entendimento, porque
o significado de cada palavra, é diferente para cada um.
Por que não discutir palavras como: justiça,
liberdade, ética, amor, felicidade, raiva,
dor, sofrimento, respeito, solidão, mágoa, paixão
entre outras. Discutir e desenvolver virtudes
como: tolerância, polidez, prudência,
doçura, humor, humildade, temperança, etc.
Dando condições ao indivíduo de perceber
por ele mesmo, quais impactos essas palavras
causam em sua vida, que talvez até então não percebia.
As vezes pessoas sofrem porque aprenderam
conteúdos que não deviam, porque não
passaram por algumas experiências e por isso
não conseguem lidar com determinadas
situações, porque o que aprenderam já não
serve mais. Porque as pessoas não as entendem
ou porque ela não entende as outras pessoas.
Isso faz parte da realidade de cada um, do saber
que cada um tem de si e suas diferentes dinâmicas.
Vemos inúmeras linhas terapêuticas, tentando
trabalhar as angústias, os problemas, os
conflitos humanos através de técnicas.
Será esta a forma de fazer terapia?
Se para a maioria das pessoas determinada
técnica funciona, então usamos com todas?
Será isso correto? Primeiro faça isso, depois
faça aquilo, e chegará ao que você quer.
Será isso verdade? Nenhuma técnica é
eficaz para todas as pessoas, então porque
se usa a mesma de uma forma generalizada?
Porque todos devem ser enquadrados num
determinado padrão? As pessoas não são
todas iguais, não pensam iguais, não agem iguais.
Como podemos ajudar cada indivíduo dentro
das suas diferenças e semelhanças?
Se cada um é único, vamos trabalhar com cada um.
Dentro do saber de si, do conhecimento
individual, dentro das possibilidades próprias.
E assim eliciando novas aprendizagem,
que geram mudanças, novas experiências,
novos pensamentos, sentimentos, palavras e ações.
A Filoterapia é baseada na Filosofia, na Psicologia
e na hipnose e em mentes que pensam
o Ser Humano e seus conteúdos. Dá indicação
do que e como aprender, as possibilidades
a serem buscadas para superar determinado
problema e quais caminhos podem ser seguidos.
Ao invés de utilizar apenas técnicas, municiar
o indivíduo com instrumentos que possibilitem sua
mudança, tornando-os independentes.
O objetivo da Filoterapia é possibilitar o
trabalho com pessoas diferentes, vendo as
semelhanças dentro de cada um. Utiliza-se
a Filosofia porque ela apresenta idéias
sobre o Ser Humano que poderão influenciar
no seu autoconhecimento, tornando-os criticadores
de si mesmos. A Filoterapia se propõe a discutir
os conceitos, dentro de cada saber de si, o que
cada palavra significa para aquela pessoa
específica, e se existe congruência com o que
é pensado, sentido, dito e praticado.
O Ser Humano é regido pelo acúmulo das
diferentes experiências que teve durante a vida,
agindo com elas e sobre elas no presente.
Todavia, o importante é perceber, que partindo
do principio que tudo é aprendido, tudo
pode ser mudado. Reeducando-se, o indivíduo
poderá perceber sua dinâmica individual pela
qual é regido, e assim, compreender a forma
que está agindo, quais suas crenças, e de que
princípios parte para chegar à determinadas
conclusões. Possibilitando a conquista de um
saber de si, amplo e inovador.

Odair J. Comin é psicólogo e hipnoterapeuta

Fonte:portaldelphos.com.br