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artista plastica/escultora.poeta.facilitadora em vivências.arte& terapias integrativas.

5 de março de 2008

Destaque - Florbela Spanca


Florbela Spanca - 1894/1930

“O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!
”Florbela Espanca passa a assinar Flor d’Alma da Conceição Spanca,algumas vezes, opta por Flor, e outras, por Bela.
Escreve sua primeira poesia com apenas oito anos,em novembro de 1903 ” A Vida e a Morte”. Mostrando uma admirável precocidade e anunciando, desde já, a opção por temas que, mais tarde, virá a abordar de forma mais complexificada. Em 1907, Florbela aponta os primeiros sinais de neurastenia, doença que a acompanha, até os últimos dias de vida e escreve o seu primeiro conto, “Mamã!”.
Em 1908, Antónia Lobo, a mãe de Florbela morre vítima de neurose, após o que a família se desloca para Évora, para Florbela prosseguir os seus estudos no Liceu André Gouveia, com o chamado Curso Geral do Liceu, cuja sexta classe (próxima do 10º ano atual) completa em 1912.
Florbela reata o namoro com Alberto Moutinho e, a 8 de Dezembro, uma vez emancipada, casa com ele, pelo civil, aos 19 anos.
Em 1914 Florbela recita numa festa do colégio, pela primeira vez, versos seus em público.
Em 1917, conclui o curso liceal, em Évora, matriculando-se em seguida na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
No mesmo ano, publica Livro de Mágoas, o primeiro livro de poemas. Seguem-se Livro de Sóror Saudade, em 1923 e, postumamente, Charneca em Flor e o livro de contos As Máscaras do Destino (1931).Casada várias vezes, sendo infelizes em todos elas. Sofria de várias doenças e fobias.
Embora também tenha escrito em prosa, Florbela Espanca é conhecida sobretudo pelos seus sonetos, os quais têm sido objecto de sucessivas edições. Prolongando o gosto finissecular, a obra de Florbela acentua a nota pessimista e a atitude de sofrimento inerente à condição do Poeta.
Suicida-se a 8 de Dezembro, em Matosinhos, dia do nascimento e do primeiro casamento, cerca das duas horas, com dois frascos de Veronal.
A poetiza só veio a ser conhecida depois de sua morte…

Versos de Orgulho
autora Florbela Spanca

O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho !
Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém.
Porque o meu Reino fica para além …
Porque trago no olhar os vastos céus
E os oiros e clarões são todos meus !
Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém !
O mundo ? O que é o mundo, ó meu Amor ?
O jardim dos meus versos todo em flor …
A seara dos teus beijos, pão bendito …
Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços …
São os teus braços dentro dos meus braços,
Via Láctea fechando o Infinito.

Fonte:veraperdigão