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Local: São Paulo, SP, Brazil

artista plastica/escultora.poeta.facilitadora em vivências.arte& terapias integrativas.

5 de março de 2008

Destaque - Clarice Lispector



Clarice Lispector - 1925/1977


“Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,

todos vazios de Tua presença.

Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude.

Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase.

Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo

e receber como resposta o amor materno que nutre e embala.

Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,

sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.

Faça com que a solidão não me destrua.

Faça com que minha solidão me sirva de companhia.

Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.

Faça com que eu saiba ficar com o nada

e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.

Receba em teus braçoso meu pecado de pensar. ”


Clarice Lispector, nasceu em Tchetchelnik Ucrânia, passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito.

Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro.

Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo.

Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite.

Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil.

Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo. Sobre Clarice, escreve a crítica francesa Hélène Cixous: “Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinquenta. (…).

É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber”.

Fonte:claricelispector